sábado, 16 de dezembro de 2023

A prova lógica da existência de Deus

Quando não há provas incontestes sobre a existência de algo, utilizamo-nos da argumentação lógica como tentativa de solução para o problema. Esta lógica é erigida sob a perspectiva de eventos já conhecidos e elaborados pela própria mente humana. Portanto, deduzir que Deus existe por meio de raciocínio lógico, em última análise, trata-se de um jogo de palavras que se concatenam, tal como números numa equação matemática, mas que nunca chegam a um resultado definitivo (a exemplo do número Pi).

Deus literalmente existe e não existe. Ele é e não é. Onde, como (e quando) ele existe, somente pode ser confirmado no coração de cada indivíduo, calcado exclusivamente em sua fé, e é lá que subsistem todos os mistérios da vida e do cosmos, afinal, até onde se tem certeza, somente nós fazemos esse exercício cognitivo (e assumindo-se apenas os dados científicos conhecidos).

sábado, 22 de julho de 2023

Os escolhidos

Deus tem seus escolhidos? Parece-me muito com um pai que possui predileção por um de seus filhos. Sentimento da natureza humana. Bem, escolher. Quem escolhe nascer? Se existe uma autoridade suprema que permite o nascimento de qualquer ser humano, ele já foi escolhido. Uma vez escolhido para participar do palco da vida, é possível não escolhê-lo para um assim dizer 'todo o sempre'? Qual o sentido da inserção de um ser humano no mundo - por deliberada escolha -, sujeitando-o às experiências múltiplas da vida, para depois simplesmente descartá-lo? É uma espécie de jogo? É um castelo de areia que se faz e se desfaz na dependência de quem escolhe fazê-lo e destruí-lo? Antes de tudo, havia um momento, e isso era tudo. Num dado instante, tudo o que existe explodiu de um ponto infinitamente diminuto e autoequidistante em lugar nenhum e projetou tudo que existe em todas as direções, dando início a uma contagem que, inconcussamente, é mensurável e finita, o Senhor Tempo. Somente no tempo tudo é possível, idealizável e constituível, inclusive desejos e escolhas. A eternidade, então, nada mais é do que a tentativa de frear o decurso do tempo, frente a irrefragável relatividade espaço-tempo, onde o tudo e o nada são parte de um todo, e nada, ninguém, fica de fora. A escolha, então, é simplesmente inexequível.