sexta-feira, 20 de março de 2015

Um lamento

Sentado às margens da baía
Está um homem que há tempos cria
Hoje, não mais que nostalgia,
Restou-lhe pouco da alegria
Das antigas notas daquela harmonia

A impressionante energia
Que da natureza emergia
Não mais entra em sua sintonia
Visto que há muito não trazia
Os ventos que sopravam em melodia

Aquilo que antes acreditou
Hoje infelizmente relativizou
Conhecimento pelo caminho acumulou
Um muro ao final criou
Quando então por cima dele pulou

Encontrou o mesmo mar
Aquele no qual não queria mais nadar
E assim os dias hão de passar
Refletindo sobre onde irá chegar
Quando sua vida enfim cessar

segunda-feira, 9 de março de 2015

Olhando pela janela

Uma noite tranquila
Um rato que passa
Às escuras na vila
A cobra que caça

Essa é a nossa lida
Sem medo da subida
Pois lá está a guarida,
Além das batalhas da vida

Temo à sepultura entregar
Minha vida sem antes alcançar
Os átrios do coração que pulsa no ar
Mas às vezes não quero mais estar

Grande é aquilo que é
Pequeno é aquilo que sou
O universo que existe pela fé
É para onde certamente eu vou