quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Desconexo

O dedo que escreve
A mente que pensa
A letra que atreve
O coração que apresenta

Caminho obscuro
A perder de meu eu
Adiante eis o muro
Encoberto no breu

A cadeira de balanço
Vem me dar descanso
Pois, como estou, me canso
E ao desconhecido, avanço

Aqui está o inquérito
Do destino sem permissão
Rebusca no tempo pretérito
O familiar som do coração

Que já bateu no seu peito
E ainda que esteja eu no leito
Lembrarei daquele jeito
Que, se soubesse, jamais teria feito

Insano
Profano
Eu clamo
Porque amo

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Uma noite chuvosa

Eis que vêm as nuvens
E com elas a chuva
O vento traz o cheiro que tu tens
E aqui dentro nada muda

Permaneço calado
Cumprindo o que me foi dado
Sentença de lado a lado
O coração foi extraviado

É aqui que surge o desenho
Nesse pequeno espaço que tenho
Anônimos passam por aqui
E leem que meu coração está ai

Saudades do pai meu
Onde Deus o escondeu?
Uma vida melhor Ele prometeu
Até que chegue, eu não sou mais eu

Então qual o significado
Das palavras em amontoado
Se aquilo que faço está errado?
Responda-me, Ser amado!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Transeunte da solidão

Sob as nuvens da noite densa
Existe vida de forma tensa
E o andarilho de vida errante
Mergulha no mar amante

Antes de tirar conclusão
Espera-se que a ação da mão
Guie o intrépido coração
Que pulsa o sangue da solidão

Um sentimento estranho
Desautorizado a adentrar ao peito
Causa confusão sem tamanho
E o corpo físico repousa no leito

A vida em prosa e verso
É tal como a dança do universo
O ódio em seu inverso
É o amor que permanece submerso

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Conversando com Ele

O dimensional do espaço
É a eternidade a um passo
O gado está no laço
Não entendo o que faço

Permeando o solo a água está
Encontra caminhos inimagináveis
Ao repouso ela chegará
Pois suas leis são imutáveis

Onde está o Deus meu
Que um dia todo mundo creu?
Vive ele no breu?
Onde se escondeu?

Não o vejo na fome
Não o vejo na dor
A dúvida que me consome
Dissipa-se na bela flor

Esse tal planeta mundo
De cuja consciência é oriundo
É por demais profundo
E não quero chegar ao fundo