segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Discorrendo...

Extremos. Eles não existem em si mesmos.
O extremo do nunca é como o nada. O nada não existe, pois o nada é em si o espaço onde o tudo subsiste. O nunca é apenas o lapso temporal finito por onde vagueia a decisão dita irrefutável do homem. Uma pena que ele morra e não possa sustentar seu nunca por toda a existência. Deus não pôde permanecer sozinho, teve de se recriar e se doar em mais vida. Daí nasce o homem, nasce a vida orgânica e nessa vida orgânica reside a vida sobrenatural que é aquela que estabelece as bases para a vida do amor...esse tão alienígena amor a que todos estamos sujeitos; uns mais, outros menos...bem sabemos disso.
Até onde chegamos é lindo, sim, é lindo, pois é misterioso, assim como a metamorfose da borboleta. Não entendemos porque existem tantas fases estranhas para ela vir à existência tal como é, mas, quando vem, vem exuberante e cheia de cor, de luz, de vida e de amor. Seu tempo é curto, mas o suficiente para fazer alguém sorrir e ver nela que a vida vale a pena e que Deus é soberano em tudo e sobre todos.

Corpos sagrados
Corpos alados
Corpos marcados
Corpos entrelaçados

Bocas atadas
Bocas molhadas
Bocas faladas
Bocas veladas

Pés sem caminho
Que me levam sozinho
Pra longe do mundo
Pra perto do fundo

Fica na memória
O instante da glória
Que hei de viver
Na aurora do amanhecer

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