quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Considerações do ator

A beleza que há ao nascer do dia
É a aquela que há muito eu perseguia
Está em mim de modo parelho
Pois me é imagem equidistante entre mim e o espelho

É difícil compreender sua natureza
Não faço ideia da imensurável grandeza
Tão somente conheço sua pureza
Que golpeia meu coração com destreza

A palavra que aqui aparece
É reflexo de um sentimento
Que, majestosamente, acampa e enobrece
O gênero humano que chafurda em sofrimento

Queria eu ter a coragem para vencer
A inércia que me impede de viver
Aquilo que sou e quero ser...
Quero atuar no palco sublime do entardecer

Da alternância dos momentos tristes e felizes
Advém a consciência dos fatos que se tornam crises
Esta é a soberana “razão”, imponente em sua estadia
Porém, fria como a noite sem dia

Enquanto o tempo decorre
O ator contracena e percorre
O caminho que não o socorre
E, depois de tanto lutar, morre.

A despeito de tamanha melancolia
É notória a intrínseca alegria
Pois consciente é o ator da alforria
A que alcança antes de desaparecer a magia

Graças dou
Àquilo que sou
Pois Ele me falou
Que assim me criou

Quem sou eu para questionar
Os mistérios do universo e do mar?
Antes me ocupe de comemorar
O ar que em meus pulmões sinto entrar!

A vida pode ser dura
Quando focamos a visão futura
A vida pode andar em mágoas
Quando fitamos as passadas águas
A vida pode ser branda
Quando observamos o ser que anda
E a vida é, finalmente, alegria
Quando da ausência do ontem e do amanhã, germinamos em sabedoria

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