quarta-feira, 30 de abril de 2014

Jornada ininteligível do ser

Só por um momento
Desejo sentir o vento
Entrando peito adentro
Refrescando minh'alma ardendo

A jornada da compreensão eu nunca quis
Pois desde a consciência não passo de aprendiz
Meu âmago está suspenso, sem raiz
E assim mesmo busco ser feliz

Apesar da agonia
Nem tudo é melancolia
Às vezes é só mania
De viver a emoção tardia

O observador a estrela viu
Num mundo disforme e vazio
E como num estalo tardio
Os olhos ele abriu

O coração fraco não se exprime
Pois sente que perdeu seu time
O qual agora vê pela vitrine
E chora sem que ninguém mais imagine

Não é mais que a dinâmica da vida
Onde o observador tem de adaptar-se à subida
Pois íngreme é o caminho da guarida
Onde quando a alma chega não se dá por vencida

Há muito tempo quando a criança ria
Entendimento sobre si não havia
Mas num instante ela cresceria
E da alegria despedir-se-ia

Então chega o momento
Do observador arrazoar o movimento
Que o acompanha há tanto tempo
E descobrir que a criança está aqui dentro

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