Existem momentos na vida em que temos de tomar decisões. Aliás, as tomamos diariamente, mas falo daquelas que causam grande impacto em nosso ser.
Às vezes, quando você se encontra só, vem aquela voz da consciência dizendo que é hora de mudar a direção para a harmonia da vida permanecer ou estabelecer-se. Então, a decisão, que ora estava no lado direito, ora estava no lado esquerdo, encontra-se no ponto mediano que divide o cérebro, quase se perdendo, se é que isso é possível.
Uns chamam de voz da consciência, como disse anteriormente. Outros a chamam de a voz de Deus.
O que Deus tem a ver com isso? É Deus falando? Sou eu pensando? São os desígnios de Deus ou são minhas escolhas? Tudo depende de como compreendo minha vida, minha origem. Depende de como faço as perguntas, isto é, se as faço direcionadas a Deus, na expectativa de uma resposta divina ou se as faço a mim mesmo, sem criar nenhuma expectativa, nenhuma esperança.
Se Deus é parte das minhas decisões, então tenho um amigo em quem posso depositar minhas esperanças e angústias. Se sou auto-suficiente para dirimir essas questões, então estou só.
Eu sou livre para escolher, inclusive, escolher se quero Deus do meu lado ou não.
Não há penalização por deixar Deus de lado. Afinal, ele mesmo criou-me assim, independente. O que há são apenas consequências. Consequências de se fazer certo e consequências de se fazer errado. Isso advém das relações humanas e da nossa relação com Deus, buscando manter equilíbrio interno e estabelecer a paz de que tanto necessitamos.
Uma pedra em meio ao mar
Sobre o cume um homem a sentar
O infinito horizonte a olhar
E uma importante decisão a tomar
Nuvens encobrem o sol poente
Pássaros revoam à minha frente
Penso em mim, penso na gente
Já é hora de fazer diferente
Enquanto percebo a maré vazante
Reflito sobre a vida errante
Antes fosse a vida infante
Que não se opunha à consequência rompante
Como é bela a natural paisagem
Que contrasta com minha frágil roupagem
É Deus disforme na real miragem
Ou eu mesmo imerso em minha própria bobagem?
Sinto a iminente decisão no ar
A oportunidade simplesmente quer estar
Quando digo já é hora de parar
E nos trilhos do perdão voltar ao lar
De todo sofrimento que jaz na emoção
Existe o residual mesclado em minha oração
Que à intangível liberdade impere o não
Para enfim receber a paz em meu coração
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