quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Uma verdade sobre mim

Ser como criança
E rir do palhaço
Eis minha esperança
De querer ainda um abraço

Na mais tenra idade
A emoção é minha razão
Antes que habite a vaidade
Que o sorriso blinde meu coração

Ser feliz a essa idade
Requer manobras novas
Lembrar da mocidade
Nas rimas, versos e trovas

Quando meu pai chorava
Muitas vezes não entendia
Tudo aquilo que ele acreditava
Em um minuto se perdia

Minha mãe a distância o fitava
Entre eles eu estava
Tamanho o abismo que os separava
Hoje reflito no que ela pensava

Penso que a vida é um grande manifesto
Que declara o ato do Criador do universo
Que antes de findar o verso
Permeie-me sua presença que na criação atesto

domingo, 19 de janeiro de 2014

Da Dor ao Perdão

Existem momentos na vida em que temos de tomar decisões. Aliás, as tomamos diariamente, mas falo daquelas que causam grande impacto em nosso ser. 
Às vezes, quando você se encontra só, vem aquela voz da consciência dizendo que é hora de mudar a direção para a harmonia da vida permanecer ou estabelecer-se. Então, a decisão, que ora estava no lado direito, ora estava no lado esquerdo, encontra-se no ponto mediano que divide o cérebro, quase se perdendo, se é que isso é possível. 
Uns chamam de voz da consciência, como disse anteriormente. Outros a chamam de a voz de Deus.
O que Deus tem a ver com isso? É Deus falando? Sou eu pensando? São os desígnios de Deus ou são minhas escolhas? Tudo depende de como compreendo minha vida, minha origem. Depende de como faço as perguntas, isto é, se as faço direcionadas a Deus, na expectativa de uma resposta divina ou se as faço a mim mesmo, sem criar nenhuma expectativa, nenhuma esperança.
Se Deus é parte das minhas decisões, então tenho um amigo em quem posso depositar minhas esperanças e angústias. Se sou auto-suficiente para dirimir essas questões, então estou só.
Eu sou livre para escolher, inclusive, escolher se quero Deus do meu lado ou não.
Não há penalização por deixar Deus de lado. Afinal, ele mesmo criou-me assim, independente. O que há são apenas consequências. Consequências de se fazer certo e consequências de se fazer errado. Isso advém das relações humanas e da nossa relação com Deus, buscando manter equilíbrio interno e estabelecer a paz de que tanto necessitamos.

Uma pedra em meio ao mar
Sobre o cume um homem a sentar
O infinito horizonte a olhar
E uma importante decisão a tomar

Nuvens encobrem o sol poente
Pássaros revoam à minha frente
Penso em mim, penso na gente
Já é hora de fazer diferente

Enquanto percebo a maré vazante
Reflito sobre a vida errante
Antes fosse a vida infante
Que não se opunha à consequência rompante

Como é bela a natural paisagem
Que contrasta com minha frágil roupagem
É Deus disforme na real miragem
Ou eu mesmo imerso em minha própria bobagem?

Sinto a iminente decisão no ar
A oportunidade simplesmente quer estar
Quando digo já é hora de parar
E nos trilhos do perdão voltar ao lar

De todo sofrimento que jaz na emoção
Existe o residual mesclado em minha oração
Que à intangível liberdade impere o não
Para enfim receber a paz em meu coração

Continuando a Vida

Eu sigo por corretos trilhos
Que me levaram a meus filhos
Que meu caráter acarrete confiança
E que esta seja a razão de minha esperança

Em ti deposito meu corpo
Em ti quero repousar minh’alma
Que assim permaneça morto
O ontem, o vazio, o trauma

É sobremodo difícil dizer que amo
Quando no coração vejo o reclamo
Da mulher que tanto clamo
Dizendo-me eu te amo

Quero segurar tua linda mão
Quero receber a iminente remissão
Que não morra a indelével índole da razão
Que campeia os átrios do meu coração