Como responder às inquietações de um coração puro
que vive na ingenuidade?
Como transpor os obstáculos interpostos pela
mecanicidade dessa vida programada?
Acredito que devamos deixar de sermos programados.
Devemos ser auxiliados a sermos nós mesmos, sem estarmos
ligados a um ideal, a uma meta, a uma disciplina ou padrão determinado, pois
eles representam, em última análise, o caos que vivemos nesse mundo.
Temos sido uma humanidade que vive reprimida.
A repressão sacrifica a liberdade e, com isso, o
amor.
Na religiosidade temos deuses arbitrários como
criadores do mundo o que acarreta escravidão da consciência. São muitas
religiões, muitos problemas.
Temos a falsa ideia de que todos os seres humanos
são iguais. Errado! O ser humano é único e genuíno. O conceito de genuinidade é
muito mais elevado do que o de igualdade.
Eu digo tudo isso para dizer que estou farto de
tanta dor e sofrimento a que o coração humano está submetido, sem um motivo
real, pois, qual o mal que fizemos para que estejamos a viver tanta desgraça
assim?
Quem caiu? O homem? Por desobedecer à ordem divina?
E o perdão? Não pôde ser aplicado na hora? Aliás, dentro da criação perfeita de
Deus, o Deus hebreu que nos é apresentado, houve lugar para o mal e sofrimento.
Por quê? O que é o amor de Deus quando vemos nEle a permissibilidade às coisas
que trazem dor e sofrimento? E a morte? O que é a morte? A morte é o prêmio
para todo aquele que fez o mal e também o bem, que amou e que odiou. E o que
isso representa dentro da esfera de amor que o Criador tem por sua criatura?
Pra mim representa confusão.
Como encontrar sentido na vida quando temos de
enfrentar a morte, conscientes de que não a queremos?
Estamos num mundo onde a população aumenta mais do
que diminui e não há tempo hábil para a natureza se recompor de sua degradação
em detrimento da manutenção da vida fútil do dito cidadão civilizado que não
pode andar 1 km a pé, pois se cansa e seu corpo dói devido à praticidade, à
conveniência e à lei do menor esforço.
Senhor! Que mundo é esse? A quem devo fazer essa
exclamação? Ao Senhor, a Deus, a YHVH, a Buda, a Alá, a mim mesmo?
Eu não sei. Eu sei que existiu um homem que
compreendeu a vida e amou, amou muito. Esse homem foi Jesus.
É por Ele que mantenho a esperança de ver graça na
vida. É por Ele que admito que tenho muito a aprender. É por Ele que entendo
que o universo é o tudo que veio do nada. É por ele que vejo na humildade a
maior virtude. É por Ele que sinto a necessidade de compartilhar minha vida com
meu semelhante. É por Ele que transformo o sofrimento em aprendizado e
crescimento interior.
Eu quero crer que um dia, antes da minha morte, eu
possa ver um mundo que caminhe para as pisaduras do mestre dos mestres.
Todos nós temos opinião sobre qualquer assunto e
geralmente somos irredutíveis. Essa irredutibilidade traz estagnação à elevação
da consciência do homem e não o conduz à liberdade do pensar, que é fruto do
amor. Se não estamos livres, não estamos vivendo o amor, não estamos
compreendendo nada na vida.
Eu preciso ouvir isso, nem que seja da minha própria
boca.
Que essas palavras encontrem eco naquele que busca a liberdade, o amor.