quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Declaração à Vida

Quando almas se encontram sem razão
Algo pode despertar a atenção
Seja na forma como dizem não
Ou na ousadia que entregam seu coração

Viver é, acima de tudo, entrega
Que ao ser o amor delega
Antes que o frio
Apague a chama e venha o vazio

Como soberano reina o tempo
Que nos leva a vida como o vento
E resistir a ele eu tento
Mesmo que seja em vão, aguento

Fica a memória cristalizada
Na continuidade biológica enraizada
Nos filhos de minh'alma ataviada
Como joia à mulher amada

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Onde o Pensamento Encontra a Liberdade

Como responder às inquietações de um coração puro que vive na ingenuidade?
Como transpor os obstáculos interpostos pela mecanicidade dessa vida programada?
Acredito que devamos deixar de sermos programados.
Devemos ser auxiliados a sermos nós mesmos, sem estarmos ligados a um ideal, a uma meta, a uma disciplina ou padrão determinado, pois eles representam, em última análise, o caos que vivemos nesse mundo.
Temos sido uma humanidade que vive reprimida.
A repressão sacrifica a liberdade e, com isso, o amor.
Na religiosidade temos deuses arbitrários como criadores do mundo o que acarreta escravidão da consciência. São muitas religiões, muitos problemas.
Temos a falsa ideia de que todos os seres humanos são iguais. Errado! O ser humano é único e genuíno. O conceito de genuinidade é muito mais elevado do que o de igualdade.
Eu digo tudo isso para dizer que estou farto de tanta dor e sofrimento a que o coração humano está submetido, sem um motivo real, pois, qual o mal que fizemos para que estejamos a viver tanta desgraça assim?
Quem caiu? O homem? Por desobedecer à ordem divina? E o perdão? Não pôde ser aplicado na hora? Aliás, dentro da criação perfeita de Deus, o Deus hebreu que nos é apresentado, houve lugar para o mal e sofrimento. Por quê? O que é o amor de Deus quando vemos nEle a permissibilidade às coisas que trazem dor e sofrimento? E a morte? O que é a morte? A morte é o prêmio para todo aquele que fez o mal e também o bem, que amou e que odiou. E o que isso representa dentro da esfera de amor que o Criador tem por sua criatura? Pra mim representa confusão.
Como encontrar sentido na vida quando temos de enfrentar a morte, conscientes de que não a queremos?
Estamos num mundo onde a população aumenta mais do que diminui e não há tempo hábil para a natureza se recompor de sua degradação em detrimento da manutenção da vida fútil do dito cidadão civilizado que não pode andar 1 km a pé, pois se cansa e seu corpo dói devido à praticidade, à conveniência e à lei do menor esforço.
Senhor! Que mundo é esse? A quem devo fazer essa exclamação? Ao Senhor, a Deus, a YHVH, a Buda, a Alá, a mim mesmo?
Eu não sei. Eu sei que existiu um homem que compreendeu a vida e amou, amou muito. Esse homem foi Jesus.
É por Ele que mantenho a esperança de ver graça na vida. É por Ele que admito que tenho muito a aprender. É por Ele que entendo que o universo é o tudo que veio do nada. É por ele que vejo na humildade a maior virtude. É por Ele que sinto a necessidade de compartilhar minha vida com meu semelhante. É por Ele que transformo o sofrimento em aprendizado e crescimento interior.
Eu quero crer que um dia, antes da minha morte, eu possa ver um mundo que caminhe para as pisaduras do mestre dos mestres.
Todos nós temos opinião sobre qualquer assunto e geralmente somos irredutíveis. Essa irredutibilidade traz estagnação à elevação da consciência do homem e não o conduz à liberdade do pensar, que é fruto do amor. Se não estamos livres, não estamos vivendo o amor, não estamos compreendendo nada na vida.
Eu preciso ouvir isso, nem que seja da minha própria boca.
Que essas palavras encontrem eco naquele que busca a liberdade, o amor.