terça-feira, 21 de maio de 2013

A Paixão


Tudo começa com um olhar. É como se fosse uma imagem projetada no subconsciente que, quando espelhada por outra compatível, toma vida dentro da mente e migra para o consciente. Quando isso acontece, uma nuvem espessa invade o cérebro e o sol que brilha passa a estar entre nuvens. Passo a ver as nuvens  mas sei que o sol continua  lá em cima de tudo. Isso não significa algo ruim. Pelo contrário, é algo novo e pode ser tomado como bom quando você quer isso, afinal, uma hora o vento soprará as nuvens para outra direção. Quando chego perto dela, fico tenso, resoluto num misto de emoções que geralmente não têm explicação racional. É aquela vontade de tocar, de abraçar, de beijar, de sentir a pele a pele, de sentir o cheiro característico dela. Muitas vezes o olhar diz muito do que paira no ar. Mas então é preciso sentir a vibração por meio do toque. O abraço é o principal mecanismo de ação para fazer o corpo borbulhar de sentimentos e hormônios que levarão esses felizes corpos a quererem se envolver mais e mais. Então as mãos se entrelaçam, os olhos se fecham, as bocas se abrem e se colam como ventosas e as línguas se enroscam como duas cobras num ato de amor. Sensações de arrepios, choques, ondas de calor e gotículas de suor aumentam a aderência entre nós. Os hormônios explodem numa bomba de adrenalina e dopamina. Isso traz um sentimento indescritível de prazer e satisfação que culminam no ato sobremaneira sublime e inevitável das carnes tornarem-se uma só. O final disso tudo você já sabe...
Então, amanhã ou depois, numa das esquinas da vida, o ciclo se repete. Eis uma das maravilhas da existência humana.

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