Tudo começa com um
olhar. É como se fosse uma imagem projetada no subconsciente que, quando espelhada por outra compatível, toma vida dentro da mente e migra para o
consciente. Quando isso acontece, uma nuvem espessa invade o cérebro e o sol que
brilha passa a estar entre nuvens. Passo a ver as nuvens mas sei que o
sol continua lá em cima de tudo. Isso não significa algo ruim. Pelo
contrário, é algo novo e pode ser tomado como bom quando você quer isso,
afinal, uma hora o vento soprará as nuvens para outra direção. Quando chego perto dela,
fico tenso, resoluto num misto de emoções que geralmente não têm
explicação racional. É aquela vontade de tocar, de abraçar, de beijar, de
sentir a pele a pele, de sentir o cheiro característico dela. Muitas
vezes o olhar diz muito do que paira no ar. Mas então é preciso sentir a
vibração por meio do toque. O abraço é o principal mecanismo de ação para fazer
o corpo borbulhar de sentimentos e hormônios que levarão esses felizes corpos a
quererem se envolver mais e mais. Então as mãos se entrelaçam, os olhos se fecham, as bocas se abrem e
se colam como ventosas e as línguas se enroscam como duas cobras num ato de
amor. Sensações de arrepios, choques, ondas de calor e gotículas de suor
aumentam a aderência entre nós. Os hormônios explodem numa bomba de
adrenalina e dopamina. Isso traz um sentimento indescritível de prazer e
satisfação que culminam no ato sobremaneira sublime e inevitável das carnes
tornarem-se uma só. O final disso tudo você já sabe...
Então, amanhã ou depois, numa das esquinas da vida, o ciclo se repete. Eis uma das maravilhas da existência humana.
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