Eu quero um
carro, quero uma casa
Mas também quero barro, quero asa
Qual desses escolher?
Pois todos sei que não posso ter
A natureza da vida
Está na vida da natureza
Que se transforma sempre em beleza
E não pode ficar contida
Eu quero sempre ter
Mas não posso esquecer
Que primeiro preciso ser
Para depois aprender a viver
Também quero uma televisão
Para refugiar-me da escuridão
Que dela própria procede então
Quero mesmo é mansidão
Na verdade quero é compreender
O sentido do que é ter
Se é ver
Ou se é ser
Se é ver, não posso tocar
Se é ser, não posso ver
Decido pelo verbo amar
Para não me comprometer
Então a que conclusão chegar
Se
não a de saber que preciso entrar
Na casa daquEle que me faz amar
Para enfim a paz alcançar?